Não havia remo em Oakham, pois não havia água. Mas o capelão tinha sido, no seu tempo, um remador “azul” em Cambridge. Era um homem alto, forte e bonito, com cabelo grisalho nas têmporas, um enorme queixo inglês e uma testa larga e sem rugas, onde se podiam ler motes como "fair play e desportivismo".O seu melhor sermão era sobre o capítulo 13 de I Coríntios — um capítulo maravilhoso, de facto. Mas a sua exegese era um pouco bizarra. No entanto, isto era típico dele e, de certa forma, de toda a sua igreja. «Buggy» interpretava a palavra «caridade» nesta passagem (e em toda a Bíblia, na verdade) basicamente como «tudo o que queremos dizer quando consideramos um sujeito “cavalheiro”.» Por outras palavras, caridade significava desportivismo, críquete, decoro, escolher o tipo adequado de roupa, usar a colher certa, não ser um canalha nem um preguiçoso.Ei-lo, no púlpito simples, elevando o queixo acima das cabeças de todas as filas de rapazes de casacos pretos, e dizendo: «Pode-se ler este capítulo de São Paulo, substituindo simplesmente a palavra “cavalheiro” por “caridade” onde quer que ela ocorra. “Se eu falar as línguas dos homens e dos anjos, e não for um cavalheiro, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine… Um cavalheiro é paciente, é gentil; um cavalheiro não é invejoso, não age perversamente; não se envaidece… Um cavalheiro jamais passará…”»E por aí adiante. Não o acusarei de terminar o capítulo com «Agora permanecem a fé, a esperança e o cavalheirismo, e o maior destes é o cavalheirismo…» embora fosse a conclusão lógica do seu raciocínio.Os rapazes ouviam estes arrazoados com uma enorme indulgência. Mas creio que Pedro e os doze teriam ficado bastante surpreendidos com a ideia de Cristo ter sido açoitado e espancado por soldados, amaldiçoado e coroado com espinhos e sujeito a um desprezo indizível e por fim pregado numa cruz e deixado a sangrar até à morte, para que todos nos pudéssemos tornar cavalheiros.
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