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Capela de Santa Marta

Capela de Santa Marta

Comunidade da Capela do Hospital de Santa Marta, em Lisboa

Autor: Capela da Santa Marta

Publicado em 04/04/202504/04/2025

Da modernidade e da celebraçãoA modernidade tem de ser superada por intermédio de uma modernidade maior. Não devemos ter medo da modernidade. Precisamos de alcançar o fundo da modernidade sem, todavia, procurar a mudança a todo o custo. Precisamos de passar da mudança à novidade no Espírito Santo enquanto verdadeira criatividade. De facto, hoje, numa 'polis' necessariamente plural, os cristãos devem lutar por um secularismo criativo. Uma civilização aberta, sem ideocracia, não deve ser um deserto espiritual abandonado aos instintos dinâmicos, mas sem propósito, da produção […]. Todos sabemos já que o homem precisa não apenas de pão, mas de amizade e beleza; não apenas de abundância, mas de ascetismo; não apenas do poder das máquinas, mas de um renovado respeito pela criação de Deus; não apenas de educação da racionalidade, mas das faculdades de celebração.

Da modernidade e da celebraçãoA modernidade tem de ser superada por intermédio de uma modernidade maior. Não devemos ter medo da modernidade. Precisamos de alcançar o fundo da modernidade sem, todavia, procurar a mudança a todo o custo. Precisamos de passar da mudança à novidade no Espírito Santo enquanto verdadeira criatividade. De facto, hoje, numa 'polis' necessariamente plural, os cristãos devem lutar por um secularismo criativo. Uma civilização aberta, sem ideocracia, não deve ser um deserto espiritual abandonado aos instintos dinâmicos, mas sem propósito, da produção [...]. Todos sabemos já que o homem precisa não apenas de pão, mas de amizade e beleza; não apenas de abundância, mas de ascetismo; não apenas do poder das máquinas, mas de um renovado respeito pela criação de Deus; não apenas de educação da racionalidade, mas das faculdades de celebração.

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  • Da modernidade e da celebraçãoA modernidade tem de ser superada por intermédio de uma modernidade maior. Não devemos ter medo da modernidade. Precisamos de alcançar o fundo da modernidade sem, todavia, procurar a mudança a todo o custo. Precisamos de passar da mudança à novidade no Espírito Santo enquanto verdadeira criatividade. De facto, hoje, numa 'polis' necessariamente plural, os cristãos devem lutar por um secularismo criativo. Uma civilização aberta, sem ideocracia, não deve ser um deserto espiritual abandonado aos instintos dinâmicos, mas sem propósito, da produção […]. Todos sabemos já que o homem precisa não apenas de pão, mas de amizade e beleza; não apenas de abundância, mas de ascetismo; não apenas do poder das máquinas, mas de um renovado respeito pela criação de Deus; não apenas de educação da racionalidade, mas das faculdades de celebração.
  • A luz de Damasco é dura.Nados e criados à sombra cultural das Colunas de Trajano, esquecemos com facilidade que, nos primeiros séculos, a teologia era selvagem, o storytelling teatral e a sátira mais acutilante do que um gládio romano: foi em grego que as palavras do Evangelho nasceram, fluíram e, procurando uma nova forma de dizer, se estruturaram. Foi muito depois da profética ousadia de Paulo que o Cristianismo se tornou verdadeiramente mediterrâneo. A luz de Damasco é, de facto, muito dura.Entre hagiografias, paródias e paráfrases, desvelaremos desta vez uma perspetiva única sobre o panorama espiritual e literário do cristianismo primitivo.Bónus? Seremos acompanhados por Fotini Hadjittofi, distinta compatriota de Barnabé.Sábado, na Capela de Santa Marta, às 15h.Venham, todos, ver quão dura é a luz de Damasco!
  • Do Centro e das PeriferiasPara alcançar este objetivo, é essencial uma espiritualidade que se adapte à coragem necessária para ir além dos limites dos espaços que podemos controlar (isto é, do centro) para nos afastarmos e descobrirmos um mundo mais largo: a partir de tudo isso que descobrimos, desses novos lugares, desses subúrbios, verificamos que a realidade é diversa. Uma coisa é observar a realidade a partir do centro; e outra bem diferente é olhá-la a partir dos limites. No século XVI, ver a Europa a partir de Madrid era uma coisa, mas quando Magalhães chega ao fim do continente americano, ele olha para a Europa e, a partir desse novo ponto a que chegou, vê outra coisa. A realidade vê-se melhor da periferia do que do centro.
  • Da CompaixãoImplorar a Deus por Deus significa, portanto, arriscarmos a perigosa recordação da mensagem e do caminho de Jesus, envolvermo-nos na aventura da ‘sequela Christi’, aprendendo a escutar e a seguir a Palavra de Deus na oração, enquanto Palavra de ação. Uma mística de olhos abertos: respeito pelo sofrimento e pela história do sofrimento humano; inquietude com a dor dos inocentes; dignidade teológica do homem. O verdadeiro lugar teológico, entre teodiceia e cristologia, é a consciência filial de Jesus. O olhar apocalíptico procura, nos rostos dos homens que sofrem, os traços de Deus para oferecer ao seu grito uma memória e um fim: bem-aventurados os que choram, que sentem ‘com-paixão’ pela dor dos outros, despertando uma ecúmena da ‘com-paixão’ entre as religiões. O Cristianismo não tem apenas uma mensagem temporal, mas uma mensagem planetária. Foi, desde o início, entendido como uma religião-mundo, como uma religião que se dirige a todos os homens e, nesse sentido, representa a pretensão de possuir uma missão universal […]. O programa mundial do Cristianismo no pluralismo das religiões e das culturas é a ‘com-paixão’.
  • De fugas e regressosO estranho peregrino é o verdadeiro «maiêuta» não apenas do mistério pascal, mas também dos fragmentos de verdade escondidos na busca dos discípulos que fogem de Jerusalém, porque é a própria Verdade que vem ao encontro da sempre incerta e parcial, ainda que sincera, procura dos homens. Refiro-me aqui, uma vez mais, a uma verdade enquanto «acontecimento», «presença», «relação» e não enquanto simples objeto de conhecimento. A metafísica é importante, mas é superada pela reflexão ética: o estranho peregrino, mais do que revelar-se – apenas será reconhecido depois do partir do pão e do seu desaparecimento – revela ao homem a presença de um futuro próximo: a necessidade de regressar a Jerusalém de onde fugia.

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  1. Maria Luisa Costa Sousa Neves em De Torradeiras e TchékhovPara Tomás de Aquino, o Deus Criador não é uma hipótese sobre a origem do mundo. Ele não pretende competir com a teoria de que o universo resultou de uma flutuação aleatória num vácuo quântico. Na verdade, S. Tomás ponderou até a possibilidade de o mundo não ter tido origem alguma. Dawkins comete um erro de categoria quanto àquilo que ele acha que a fé cristã é: imagina-a como um género de pseudociência ou como algo que dispensa de todo a necessidade de evidência. Alimenta também uma noção cientificista antiquada daquilo que constitui evidência. Para Dawkins, a vida parece dividir-se entre as coisas que se podem provar para lá de qualquer dúvida e a fé puramente cega. Não consegue perceber que as coisas mais interessantes não encaixam em nenhum desses lugares. Christopher Hitchens comete o mesmo erro grosseiro, alegando que "graças ao telescópio e ao microscópio, [a religião] já não oferece uma explicação importante acerca de nada." Mas o cristianismo nunca foi uma explicação de coisa alguma. É como dizer que graças às torradeiras podemos esquecer Tchékhov.De facto, suponho que onde a ciência e a religião mais se aproximam para o cristão não é naquilo que dizem sobre o mundo, mas no acto da imaginação criativa que ambos os projetos envolvem – um ato criativo cuja fonte o crente encontra no Espírito Santo. Cientistas como Heisenberg ou Schrödinger são artistas supremamente imaginativos, que no que ao universo diz respeito estão cientes de que o elegante e belo tem mais probabilidade de ser verdadeiro do que o feio e disforme. De um ponto de vista científico, a verdade cósmica é, no sentido mais profundo, uma questão de estilo, como Platão, Wilde e Keats sabiam.Para a teologia cristã, Deus é aquele que, pelo seu amor, sustenta todas as coisas no ser, e que continuaria a sê-lo ainda que o mundo não tivesse princípio. A criação não trata de fazer aparecer coisas: Deus é a condição de possibilidade de qualquer entidade. Dado não ser Ele próprio um qualquer tipo de entidade, não devemos pensá-lo ao lado dessas coisas, do mesma maneira que a minha inveja e o meu pé esquerdo não constituem um par de objetos.

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